É uma sensação um tanto estranha, por que de tudo se faz a saudade, o que se foi e o que ainda virá. Todo dia eu a sinto que por algumas vezes surge devagarinho e machuca. Por outras vezes aparece do nada queimando o peito.
Por alguns momentos lembro da minha infância, visto que também poderia ter sido diferente se diferente fosse.
Lembranças boas de alguns amigos que deixei pra trás e que nesse plano já não voltam; da minha tia Irene, professora do ensino fundamental, essa é a que faz meu peito queimar de tanta saudades. Sinto saudades de Garanhuns mesmo tendo a oportunidade de vez ou outra estar por lá, e mesmo estando lá ainda sinto saudades porque eu sei que logo mais tenho que voltar.
Já viajei seiscentos quilômetros de moto só porque estava com saudade da brisa do vento e do barulho das águas do mar. Sinto muita saudades de lugares que visitei, outras nem tanto e outros prefiro não lembrar, mas tudo é experiência e conhecimento.
Salvador é um lugar que me faz lembrar quase todos os dias, bela, e cheia de atrativos. Tenho uma enorme admiração pelo Pelourinho, não pelo axé, mas pelo misticismo que aquele lugar representa e da energia que transmite .
Tudo nessa vida a gente paga caro, mas poucas coisas considero merecido. Temos que conhecer, buscar algo relevante para o espírito, alimentá-lo e fotografar os momentos para depois ser lembrados além da memória. Tudo passa rápido demais despertando mais ainda essa saudade, então a gente tem dez anos e daqui a pouco mais de trinta, o que quero dizer é que tudo tem que ser bem aproveitado pra depois não ter que se arrepender pelo o que não fez.
Quando estou longe, lembro de casa, e o que me faz pensar que o melhor da viagem é quando a gente está voltando. Também sinto saudades do que não tenho, por que eu não tenho nada, mas ao mesmo tempo eu tenho tudo, porque tenho família, alguns amigos verdadeiros, e disposição para conquistar algumas coisas que ainda não conquistei.
Keila Cristina
16/05/2016
20:48 hs