domingo, 15 de abril de 2018

Pedaços na multidão



Dos cafés mais doce,
Trás na boca um gosto amargo,
Marcado.
A força voraz lhe arranca do sono branco
O desenfreio existe e devora,
Desatina.
Mas o imenso rege,
Pelo braço ferido que dói.
As cinzas cobrem as calçadas,
As aglomerações causam pânico,
E as respostas afundam em algum lugar.

Keila Cristina

terça-feira, 3 de abril de 2018

Outrora e agora



Olhando pela janela
Na pressa de ficar
O vento sopra as notas do tempo
Inverte as cenas
Na ausência de todo lugar.

Algo que tem d'aquilo
Que o verbo fermenta
Num sopro
Cresce
Pequenos traços
Acresce.

Telhado é o braço
Pintado de sonhos
Metamorfoseando abrigo
Nos sertões da frase
E a lágrima da nuvem
Limpa a maré
E a tinta atinge a tela.


Keila Cristina
03.04.2018