quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Elo



Com muitos sorrisos, Alejandro e Perla, viviam na zona rural. Ar pueril cheio de inocência, conheceram-se ainda na infância, traçando a pureza num laço de amizade. As brincadeiras como esconde esconde, tinha um significado muito mais do que o simples brincar.

O banho de cachoeira, o nado no rio, e a essência do coração faziam esquecer o tempo, e entre esse e outros motivos suas mães não queriam de maneira alguma essa amizade.

Só que, com o passar dos anos, tudo se tornou mais firme e intenso, aprendendo cedo  o significado da cumplicidade. Ficaram adultos, e as brincadeiras de criança resultaram em noites de amor, sob a luz da lua, som da cachoeira e barulho dos pássaros. Não se importavam se tinham dias repetidos, por que olhando bem, parecia ser dias repetidos, só que tinham a virtude de enxergar a delicadeza e as infinitas pequenas mudanças e a eterna novidade do mundo. Era apenas o véu enganador da rotina, que após descoberto, cobria novamente a cada dia. Pois é preciso olhar bem pra entender. Nada era mais importante do que o que sentiam e acreditava muito bem nisso.

Mas, a promessa de aconteça o que acontecer que sempre estariam juntos de alguma maneira,  era a cumplicidade que precisava para manter o sonho ativo. Era como se o céu tivesse mandado um sinal de ter que cumprir alguma coisa, mesmo sabendo  que tinham que enfrentar  obstáculos. 

Um certo dia, Alejandro foi convocado para guerra, e ali Perla, sentira que estaria perdendo-o para sempre. Em lágrimas de tristeza, com o desejo de poder estar dormindo e acordar na certeza de que tudo fosse apenas um mal entendido. Ficara deprimida, e as imagens do tempo que ficaram juntos, dominava seus pensamentos  dia a dia. Silenciosamente haviam entrado na vida um do outro e o tempo jamais apagaria isso. A esperança mantinha-se viva, mesmo com o passar dos dias, semanas, meses e até anos.

Ela envelheceu rejeitando a possibilidade de ser ajudada pela solidariedade de outras pessoas e a solidão virou seu cúmplice. Uma frase que manteve viva em sua mente, era que ' aconteça o que acontecer sempre estariam juntos', e isso fazia com que de alguma maneira ela sentira sua presença. Num certo dia, Perla não acordou mais. Algumas pessoas que ali moravam próximos comentaram com outras pessoas, a admiração desse grande amor, e que ela acreditara que  quando se fosse, tinha certeza que encontraria seu amado em algum lugar.



Keila Cristina
09/02/2016
21:58 hs





domingo, 7 de fevereiro de 2016

Redondezas




O tris da poeira
Tempo que corre mas não passa
Coração à frente
Que seja doce o que terá que ser .


O selo da integridade
O faz tocar com a suavidade os pés ao chão
E alcançar  estrelas.

A luz natural é o melhor caminho
Com segurança no que se sonha
Não terás o barco ancorado.


Num vasto horizonte a frente
Sem se perder ao acaso 
Pela incógnitas do desconhecido.

O querer é mais palpável
Perspectiva de terras firme
No espelho de águas puras
Que nada possa transpor os muros da confiança.




Keila Cristina
07/02/2016
23:23














sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O dia de sempre


Esperar no cais
Viver dia a dia jamais cansa
A espera do saber
Por céus e mares se anda
E a música é a sobremesa da vida.

Subindo a lenta ladeira
Pulsão
Sempre é tempo de lançar sementes
Alimento da alma
Num sonho acordado.

Nas asas da confiança
Não há desespero
É a prova de um sentido oculto da Existência
O desejo profundo
De continuar.

Ao fim da noite
Encontro d'aurora
União de pensamentos e esperança
Sonho de despertares
Como uma borboleta de pólen evasivo.


Keila Cristina
05.02.2016