domingo, 12 de novembro de 2017

Os desertos


O tempo sopra sobre nós a poeira e às vezes a gente num tem ideia do quanto precisamos andar para ocupar os lugares da vida. Exploramos estradas, percorremos distâncias, encontramos amigos e esses mesmos amigos tornam-se parte do nosso desenvolvimento como pessoa. 

Minhas emoções faz meu coração ser meu centro geodésico. Flor de laranjeira. Nele abrigo multidões de sentimentos que abrangeria um livro inteiro para explicar. Percorro as estradas misteriosas da minh ‘alma. As saudades mais profundas reacendem no labirinto do tempo, no diáfano fio do inconsciente,  e me faz recordar mais uma vez quem eu sou.

Às vezes esse exercício causa medo. Um medo delicado em que eu morra antes da hora. Perco-me no grande chão deserto. Meus fantasmas me assombram. E rouba-me o oxigênio.  Algo me cobra a simetria. Daí  lembro Platão, quando diz: “ Tente mover o mundo e o primeiro passo será mover a si mesmo.” Daí cesso, fecho os olhos, respiro... e dissolvo-me dentro.

Keila Cristina

12 de novembro de 2017

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Os sentidos





Olhar o por do sol é paz espiritual. É uma das mais belas poesias expressadas pela  natureza. Generosa. Essa delicadeza que ela tem em estar sempre nos agradando, é uma beleza não tão fácil de ser encontrada por aí, em qualquer lugar.

 A cor alaranjada do sol, no canto, de onde a vista alcança, avisando que ainda resta um foco de luz até se recolher totalmente no horizonte distante. É o escuro das sombras de mais um dia que finda. Nessa hora,  nas ruas, excessiva agitação dos dias acelerados competindo contra o tempo. Ansiedade latente das idas e vinda de caminhos ondulantes. A correria diária do mundo urbano, uns cruzam por outros nas asperezas de um riso cansado que deságua.

Por do sol além de ser cartão postal, é pausa  para uma relação íntima do descanso e reflexão. É o momento mágico que acontece para que possamos visualizar os sinais que nos aparece a todo instante.

Com um tempo, podemos depurar o significado das coisas e apurar os sentidos. Temos a cor da luz, raízes, asas e emoções. Sonhos, estradas, vida, pegadas que deixamos e aoutras  que encontramos no caminho.


Keila Cristina

06 de novembro de 2017