domingo, 12 de novembro de 2017

Os desertos


O tempo sopra sobre nós a poeira e às vezes a gente num tem ideia do quanto precisamos andar para ocupar os lugares da vida. Exploramos estradas, percorremos distâncias, encontramos amigos e esses mesmos amigos tornam-se parte do nosso desenvolvimento como pessoa. 

Minhas emoções faz meu coração ser meu centro geodésico. Flor de laranjeira. Nele abrigo multidões de sentimentos que abrangeria um livro inteiro para explicar. Percorro as estradas misteriosas da minh ‘alma. As saudades mais profundas reacendem no labirinto do tempo, no diáfano fio do inconsciente,  e me faz recordar mais uma vez quem eu sou.

Às vezes esse exercício causa medo. Um medo delicado em que eu morra antes da hora. Perco-me no grande chão deserto. Meus fantasmas me assombram. E rouba-me o oxigênio.  Algo me cobra a simetria. Daí  lembro Platão, quando diz: “ Tente mover o mundo e o primeiro passo será mover a si mesmo.” Daí cesso, fecho os olhos, respiro... e dissolvo-me dentro.

Keila Cristina

12 de novembro de 2017

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