domingo, 30 de julho de 2017

Hoje o facebook me lembrou do dia das avós e isso me fez senti saudades. Saudades de nossas conversas e de te  ouvir contando histórias de figuras importantes como Lampião.
Lembro-me da gente comendo capitão de farinha na sua casa. E do seu café torrado. E você dizendo que tinha saudade do Pernambuco porque o pão de lá era melhor ( acho que você dizia que tudo lá era melhor ). Semana passada estive lá e sempre que vou lembro da senhora.
Lembro do quanto não gostava quando eu ouvia Legião Urbana. Dizia ser muito barulhento e isso lhe causava dor de cabeça kkkk. Sua paixão era Júlio Iglesias, e você me pedia pra colocar a fita K7  com suas músicas. “ Mas coloque baixo, por favor.” E ainda ressaltava: “ Você devia aprender a gosta de Julio Iglesias” !
Fazia compras  e distribuía com as outras pessoas em situação de emergência. Um de seus ensinamentos era esse:  ajudar sempre  quem precisa. Eu ainda estou na peleja, vó!
Lembro até quando dizia que não gostava de minhas pulseiras de hippie hahaha. Faz tempo né ?!
Também lembro quando matou uma cobra perto do pé de limão usando uma varinha fina e eu uns 10 metros de distância com medo de ser picada ( naquele dia sua saúde já não estava tão boa ).

E eu aqui boba, lembrando e escrevendo esse texto, mesmo não estando  aqui pra ler. Sinto sua falta. E acho que eu devia ter te ouvido bem mais, porque havia ainda tanta coisa  pra ser dita.

Keila Cristina

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Depois de amanhã



O presente é o instante.
Mas quanto tempo o presente estará presente?
Sua origem e o fim,
Nada sei.

Tenho medo desse mundo doente
Das garras do não acaso
Dos golpes fortuitos do descaso
De amontoados tombos que estapeiam
Que a tempestade não mude o cenário da minha infância
Se algum deus me ouve
Não  deixa esmorecer a minha fé
Pois tenho sonhos inacabados.


Keila Cristina
20 de julho de 2017







Velhos sinais


Meu coração invade os desejos já maduros
Aproxima  das entrelinhas do interior
Esculpe a sensação irreal do real
Dulcifica a metáfora em mim
Ocupa e remete o que há de   
                           frágil                          
Compreende os sinais que vagueiam
Na sombra invisível da noite

E o vento sopra suave na ribeira do rio.

Keila Cristina
20.07.2017



sábado, 8 de julho de 2017

O sentido


Poesia
É expressão de gostos
Visão depurada
Textura do lirismo
É o protesto
Política
É a amizade
Selo de vida.

É a energia
O poente
A busca
Desejos, sonhos e sorrisos
Uma brisa de esperança
Um princípio.

É a lembrança de um tempo
Deuses em templo
O silêncio das estrelas
O som das águas
Desenlaço do vento
Confissões partidas.

É tristeza, alegria,
Medo e coragem,
É o alinhado da mão,
O alcance do dom
E do coração.

Keila  Cristina
08/07/2017



domingo, 2 de julho de 2017

O alvorecer


Preocupado, e sentado em frente pro mar. Essa cena  representava tranquilidade rara e singular.  Por algum tempo o livrava das dúvidas.

A brisa, o azul do céu, e o mar com suas belas espumas,  cessavam os conflitos mental. Pensava nos milénios de anos que o mar atravessava, de modo que ele vem, arrasta a areia, e vai.

Era um adulto desconfiado e distante do mundo dos homens. Vivia em contato com a natureza, com a terra, o sol,  lua, e com as intempéries diante de si e principalmente da noite,  e dos sonhos.

O seu olhar  textualiza suas aflições, mas a única solução era serenar. Sabia que o lugar havia lhe acolhido com carinho. Então naquela noite, deixou o coração absorver a paz que ali se apresentava e começou a sentir saudades. Seus olhos brilharam, seu pensamento sorriu como há muito tempo não  fazia. Regou a situação por mais tempo, quis estar ali e sentir mais um pouco o que estava sentindo.

Indagou os olhos  para ponderar a situação. Trouxe de volta um caminho que lhe conduziu para o exterior. O  vazio e a introspecção preenchia a solidão novamente. Era necessário continuar contra a tempestade. Recua e entra na obscuridade imensa do mundo, numa situação de dependência em meio às complicações, erros e derrotas e um sentimento de insegurança diante do mundo.

Em particular, a sombra fria do estranho e do desconhecido se apoderava cada vez mais, mesmo relutando contra. Inquieto, senta-se na areia e olha pro infinito. Inconscientemente percebe que a cor alaranjada combina com o entardecer, o azul combina com o mar, o céu e o alvorecer. Entregou-se novamente a um real entusiasmo épico. As lembranças ressurgiam. E o resultado eram cenas agradáveis. Aos poucos ia conhecendo seu íntimo, e seu estado de espírito vinham melhorando. Era uma atitude sábia e cheia de vivacidade.

Suspirou aliviado, fechou os olhos, e com ar meditativo procurava sentir o vento.  Embelezando sua existência  o mundo ganha mais profundidade. Vinha educando sua emoção. Pressentia ser o derradeiro estágio da dor humana.


Keila Cristina
02 de julho de 2017

19:25 hs