domingo, 2 de julho de 2017

O alvorecer


Preocupado, e sentado em frente pro mar. Essa cena  representava tranquilidade rara e singular.  Por algum tempo o livrava das dúvidas.

A brisa, o azul do céu, e o mar com suas belas espumas,  cessavam os conflitos mental. Pensava nos milénios de anos que o mar atravessava, de modo que ele vem, arrasta a areia, e vai.

Era um adulto desconfiado e distante do mundo dos homens. Vivia em contato com a natureza, com a terra, o sol,  lua, e com as intempéries diante de si e principalmente da noite,  e dos sonhos.

O seu olhar  textualiza suas aflições, mas a única solução era serenar. Sabia que o lugar havia lhe acolhido com carinho. Então naquela noite, deixou o coração absorver a paz que ali se apresentava e começou a sentir saudades. Seus olhos brilharam, seu pensamento sorriu como há muito tempo não  fazia. Regou a situação por mais tempo, quis estar ali e sentir mais um pouco o que estava sentindo.

Indagou os olhos  para ponderar a situação. Trouxe de volta um caminho que lhe conduziu para o exterior. O  vazio e a introspecção preenchia a solidão novamente. Era necessário continuar contra a tempestade. Recua e entra na obscuridade imensa do mundo, numa situação de dependência em meio às complicações, erros e derrotas e um sentimento de insegurança diante do mundo.

Em particular, a sombra fria do estranho e do desconhecido se apoderava cada vez mais, mesmo relutando contra. Inquieto, senta-se na areia e olha pro infinito. Inconscientemente percebe que a cor alaranjada combina com o entardecer, o azul combina com o mar, o céu e o alvorecer. Entregou-se novamente a um real entusiasmo épico. As lembranças ressurgiam. E o resultado eram cenas agradáveis. Aos poucos ia conhecendo seu íntimo, e seu estado de espírito vinham melhorando. Era uma atitude sábia e cheia de vivacidade.

Suspirou aliviado, fechou os olhos, e com ar meditativo procurava sentir o vento.  Embelezando sua existência  o mundo ganha mais profundidade. Vinha educando sua emoção. Pressentia ser o derradeiro estágio da dor humana.


Keila Cristina
02 de julho de 2017

19:25 hs

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