segunda-feira, 4 de setembro de 2017

A ponte



Um súbito estranho ritmo  entre o tempo e o contratempo dessa entidade viva que nos habita, e frequenta  o nosso mundo agitado e suave do qual  desenhamos fronteiras o tempo todo.
A inquietação  palpita o coração nesse amar de querer ser. A reflexão  cresce. Então me deixa quieta para ouvir essa voz que grita e sufoca. É Deus querendo me dizer alguma coisa que não quero ouvir, porque essa delicadeza que ele tem com a gente transmite paz, mas ao mesmo tempo   faz doer quando lembramos de nossa “finitude” nada fácil.
É na visita do desconhecido, exatamente nessa linha que traça o horizonte, e essa fome de felicidade é que percebemos que é possível sim. Mas a travessia é grande, dolorosa, e o cárcere é escuro e não tem mapa. Empalidecemos. E com nossos olhos cheios de poeira preferimos tomar chuva, encharcar o céu da consciência contemplativa  e sentir esse frio bem devagar na esperança que ele passe sem precisar sair dali.

Keila Cristina

03/09/2017

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