domingo, 4 de fevereiro de 2018

Olhos de mar



Olhar o mar é conexão com o alto, um analgésico para a alma. Emerge plenamente uma infinita sensação de bem estar. Um capricho à uma simples prova de amor ! O vento esculpe-a em ondas gigantes, enquanto nuvens uniformes florescem. E isso me faz suspirar e pensar em coisas boas, numa forma ímpar de ver e ouvir o lado inaudível das coisas numa variedade riquíssima de profundidade.


Um presente de Iemanjá! Cultuada mãe de Orixás, filha de Olokun, soberana Inaê. Energia que emite e exala. Louvado seja a mãe d’água a quem peço licença antes de entrar no mar.

O sol resplandece... Luz! Mar de primeiro amor, que ocupa a cor de toda  vida naquele momento. Gosto da emoção que ela me trás, e a certeza de que não estou só.

Lembro que quando entrei pela primeira vez, em São José da Coroa Grande, finquei os dedos na areia com medo que a onda me levasse. Força e perigo sem sentido ali naquela cena em que eu tremia de medo e frio. Lutei sozinha contra o que estava sentindo até passar. Hoje, encaixo na minha mente diversos sentimentos e situações pessoais num voo de pensamentos que se conserva num ritmo em que aparece e desaparece simultaneamente.

Essa paz faz transbordar a poesia e me transforma nos olhos de mar.


Keila Cristina
29.11.2017



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